Criado para ser de um, o texto teima em ser de todos.
No pedaço de papel foi feito para contar as peripécias do seu dono.
Mas ele teve vida própria e voou pelo mundo e cada povo disse coisas de modo diferente.
Um outro falou de sua verdade e buscava discípulos para ela...pobre coitado não conseguiu nada a não ser o sorriso cúmplice da mãe.
Outro quis fazer historia, porem omitiu a emoção de um povo, porém no futuro foi atropelado por elas.
Todavia o caprichoso do texto tem suas armadilhas e coloca nas entrelinhas coisas que só aquele que lê de verdade pode saber.
E o texto voou e caiu nas mãos do político e foi usado como massa de manobrar contra o povo...
Disfarçadamente caiu no chão e o intelectual tomou-o em suas mãos. Mostrou-se muito soberbo e o povo não entendeu o seu linguajar tão rebuscado...
Inadvertidamente colocou em cima da cadeira e alguém deu um tombo nela... Foi amparada por um poeta, que ao lê-lo fez alguns chorarem... Outros rirem e, a maioria lhe vaiar. Por essa incompreensão num acesso de fúria atira o texto longe...
E ele cai próximo a uma criança... Que faz ela... Um barquinho de papel... Afinal com quatro anos é... Só um papel...
Meiriara - 2008
Um comentário:
Esse é um dos meus preferidos.
Profundo, bastante profundo!
Bjs.
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